Prefeitura quer construir UPA Anhanguera em área alagável

Audiência pública da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, realizada na quarta-feira (8), mostrou mais uma vez o descompasso entre decisões unilaterais tomadas pela Prefeitura, e os anseios da população.

Desta vez, o impasse recai sobre o local mais apropriado para a construção da UPA Perus/Anhanguera. Há quatro anos, a Procuradoria vetou a edificação no terreno da Rua Ricardo Dalton com Rua Dionísio Bellante, pois o projeto invadia área verde pública.

A Secretaria Municipal de Saúde, então, escolheu outra área, situada na Estrada do Pirapora, no bairro Jardim Rosinha, mas a população e conselhos gestores de saúde da região se opõem por uma série de problemas.

Conselheiros presentes na audiência criticaram essa área. Ela foi definida pela Coordenadoria de Saúde Norte sem a anuência dos conselheiros. São dois os principais motivos: difícil acesso de transporte públicos por linhas de ônibus e área sujeita a alagamentos.

Em contrapartida, os conselheiros indicaram outra área no Jardim Jaraguá, km 22, e de mais fácil acesso. Durante a audiência, a coordenadora de Saúde Regional Norte Ana Cristina Kantzos, informou em participação virtual queo desnível desse terrenoexige obras de contenção de encosta que consumiria a metade do orçamento do projeto da UPA.

Já engenhariada Coordenadoria de Saúde, considerou que o problema de alagamento na área indicada pela Secretaria “pode ser resolvida”, mas não esclareceu como.

No encaminhamento da audiência, conduzida pela vereadora Juliana Cardoso, vice-presidente da Comissão de Saúde, ficou definida vistoria na área pleiteada pela população e os conselhos.

A vereadora também requisitou acesso aos documentos do processo da UPA, pois pelo Sistema Eletrônico de Informação (SEI), não é possível visualizá-los.

A construção da UPA no território da Supervisão Técnica de Saúde Perus é uma antiga reivindicação da região, em virtude do aumento populacional. A sua implantação faz parte do Programa Avança Saúde-SP, que tem as obras financiadas com recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Essa obra, porém, segundo informações da pasta será realizada com verbas do tesouro municipal.

Ao final da audiência, foi entregue um abaixo assinado que será encaminhado para a secretaria de saúde.

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