A cidade de São Paulo amanheceu nesta terça-feira (14) com 713 linhas e mais de 6 mil ônibus parados.
A paralisação foi convocada pelos trabalhadores do transporte do setor urbano, Sindimotoristas, após aprovação em assembleia, diante da intransigência dos proprietários das empresas concessionárias de ônibus que acenam com correção salarial somente a partir de outubro.
Além do índice de reposição inflacionária de 12,47% retroativo a março, trabalhadores reivindicam aumento real, fim da hora de almoço não remunerada, participação nos lucros (PLR), fim do desconto no vale-refeição quando os trabalhadores entregam atestado médico e melhorias no plano de saúde.
Apesar de grande parte da população ter sido surpreendida pela paralisação, a categoria avisou sobre o impasse da negociação e, apesar disso, a prefeitura fechou os olhos para o problema.
O julgamento da decisão judicial relativa à greve e aos salários está agendado para esta quarta-feira (15). As reuniões entre o sindicato, empresas e Prefeitura são acompanhadas pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho).
Uma liminar judicial deveria garantir o funcionamento de 80% da frota no horário de pico e 60% nos outros horários. O impasse acaba prejudicando a população que, em muitos casos, não encontra alternativas no transporte público para chegar ao trabalho.
Espera-se um desfecho favorável aos motoristas e cobradores que prestam serviço essencial aos paulistanos, e precisam ser reconhecidos por isso.
A expectativa é que a paralisação não sirva de pretexto para a Prefeitura reajustar o valor da passagem, hoje em R$ 4,40. Um eventual aumento da tarifa vai penalizar o já magro orçamento do trabalhador, que gasta muito para se deslocar pela cidade.
Para uma condução de ônibus mais integração com metrô ida e volta todos os dias úteis o passageiro na cidade de São Paulo gasta por mês R$ 310, 00, um terço do salário-mínimo.
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